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Mostrando postagens de outubro, 2014

Vazio.

Eu preenchia meu tempo com palavras, com leituras, com pessoas. E o vazio só se tornava maior, impossível de ser preenchido com tudo isso. Porque o espaço é seu. A foto na parede que eu arranquei e guardei na gaveta (não joguei fora) não pode ser substituída por outra, porque o lugar era da nossa foto. Eu e meus avós, eu e meus pais, eu e meus primos. Mas não tem mais eu e você. Todas as opções de preenchimento são inúteis, impensáveis, inviáveis. Se eu, antes, era vazia, lembro quando você me disse: - você me completa, eu fui preenchida de amor, e agora ficou tudo muito pior, muito mais amplo dentro de mim, como se fossem recintos e recintos desabitados. 

Ir embora.

Deixei você, esperando que gritasse para eu voltar, que ligasse, que seguisse o meu carro. Que lembrasse que me amava. Fiquei olhando pelo retrovisor com minha visão embaçada por um rio. Procurando você voltando para mim. Mas me deixou ir sem nenhuma saudade, sem nenhum argumento. Não secou minhas lágrimas, não segurou minha mão, não confortou minha dor. Eu achei que queria mais que eu fosse do eu queria ir. Doeu mais saber que era tão fácil me deixar ir embora.

Pedaços.

Meu coração se partiu novamente em milhares de pedaços. Um sinal de que ele está vivo? Ou de que, afinal, morreu?