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Mostrando postagens de novembro, 2011

As palavras escritas.

Pois não sabia por que escrevia. Mas iam saindo letras das pontas do dedos. E tudo que apertava, magoava, aborrecia, entristecia, saia por ali. A cada letra, um peso a menos dentro do corpo, um pensamento a menos na cabeça. Tinha medo de falar, mas, quando escrevia, tudo fluía. E todas as dores iam-se amenizando. E não sabia que sensação era aquela que sentia quando batia no meio do dia uma vontade desenfreada de libertar alguma coisa de dentro de si. Corria e pegava o caderno, escrevia uma palavra, ou milhares de palavras. Às vezes saiam feias, outras, bonitas. Raivosas, melodiosas, por outras, nem saiam. E pensava que falavam muito sobre ela, que diziam muitas coisas que ela não queria que fossem ditas. Mas que bom era dizer, que alívio era sentir que conseguia se expressar, que não era de todo fechada, que os inúmeros sentimentos que ali existiam podiam, enfim, ser colocados pra fora. E todo aquele silêncio indigno, impaciente, incômodo, que ficava ali todos os dias atormentando, to

Noites e dias.

Chegaria essa noite, em que, fora da solidão do dia, eu te encontraria, e todo o meu silêncio não se calaria, porque a ti eu diria as dores e alegrias. Chegaria o dia, em que eu acordaria, e suas mãos teria, seus sonhos juntos aos meus, meus olhos piscariam, porque eu não acreditaria. Chegariam as noite e os dias, e todas essas poesias que eu guardei no papel, eu as leria, teu amor cresceria, e, quem diria, feliz eu seria.

Meu orgulho medroso.

Eu pensei que nós podíamos sentir o mesmo, esconder o mesmo, fingir o mesmo, em reciprocidade. Eu pensei quando te vi sem jeito, meio escorregadio, desviando o olhar, fugindo de mim, porque eu também fujo pra não me mostrar. Que lógica mais louca, pensei eu. Nunca ninguém saberá. Mas foram-se passando dias perdidos, encontros perdidos, palavras perdidas. Cada vez que eu pensava desse jeito, eu tentava fazer diferente, mas tudo que eu sabia era fazer o mesmo, pra que você não soubesse. Como se isso não fosse tudo que eu quisesse. E pensava em coisas que podiam te interessar, mas não as disse. Perdi oportunidades por medo de que tudo não fosse assim, não seja assim. Como eu pensei que fosse. E continuei achando as coisas estranhas, eu arredia e hostil, e como era difícil ser assim gostando tanto de você e sentindo tanta saudade. Mas não via resposta, nem tinha pergunta. Pois foram se estagnando meus sentimentos, e não achei mais que havia esse tal de recíproco entre nós, porque ninguém

Minha flor.

Toda essa dor no meu peito, Incontrolável, de saudade da minha flor. Do meu botão de rosa, que desabrocha, da minha pétala de amor.

A não ser em você.

Na multidão de olhares, procurei o seu. Na imensidão de pessoas, sua luz. No escuro, sua alegria. No barulho, sua voz. Nos encontros, sua pele. Na solidão, sua companhia. Não achei. Em nenhuma outra pessoa.