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Mostrando postagens de janeiro, 2011

o silêncio que sobra.

É tanta coisa para falar que eu cuspiria na cara. Que eu diria com as palavras jorrando da minha boca, que nem uma chuva daquelas de trovões fortes, dessas que caíram ultimamente. Sairiam as palavras feito um trovão, quando elas costumam sair como um sussurro. Eu olharia nos olhos e falaria, falaria, falaria. Diria tudo que me impede de viver, tudo que me machuca, tudo que me faz querer gritar. E não me importaria se estariam me dando ouvidos, porque minha única preocupação seria não deixar de falar nada. E tudo que eu anotei naquele caderno eu falaria, tudo que eu sempre quis dizer, mas que calou por tanto tempo.Tudo que o medo calou, tudo que a cautela, o decoro, a vergonha calaram, eu diria. Quantas coisas seriam! Um mar, um deserto de palavras. E você sairia de perto porque não aguentaria ouvir toda aquela verdade, porque se continuasse ali a me ouvir, não conseguiria mais deitar a cabeça no travesseiro de tão pesada que ela ficara, e correria pra longe, para que o remorso não te c

esperança.

Pois se esperança é a última que morre, a minha está morrendo... e, se depois de tantas coisas que já se foram, ela ainda está por aqui, acho que ela também está a partir agora. Afinal, o que ela faria aqui sozinha? Enquanto todos já a abandonaram, enquanto nada mais resta aqui. Esperança não morre nunca. Pois morre sim, porque ninguém sobrevive só, nem mesmo essa tal de esperança. Devolva-a para mim, que eu gosto dela. E ,de tudo que eu já perdi, é dela que sinto falta, porque dela eu vivia, e dela eu tirava minha força. Devolva-a para mim, porque ela que vai me manter de pé, ela que vai garantir que tudo pode voltar um dia, e que eu não vou perder a esperança. Mas isto é um absurdo: Não quero perder a esperança de ter  esperança. É que esperança é a última que morre, e, se a gente não for acreditar nisso, se a gente não se agarrar a isso, o que é que vai sobrar de nós?