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Mostrando postagens de outubro, 2015

Eterno.

Eu te pediria que me ligasse cem vezes ao dia. Só pra dizer oi e perguntar o que eu estava fazendo ou onde eu estava. Eu nunca deixaria chegar na caixa postal, porque você não gostava. Que me chamasse cinquenta vezes só numa tarde, do pé da escada, ou da calçada, independentemente do que eu estivesse fazendo, eu iria escutar o que tinha pra me dizer. Que tocasse a campainha bem forte, não me importaria com o exagero. Eu te perguntaria quantas avoantes caçou, mas não reprimiria a conduta criminosa, eu mesma faria pra comermos com muita farinha. Eu andaria de carro com você na velocidade dez, sem a menor impaciência. Aguentaria discursos sobre preocupações com minhas latinhas, deixaria mesmo de bebê-las se isso te fizesse dormir mais em paz. Almoçaria às onze da manhã, jantaria às cinco da tarde, com a maior fome do mundo. Eu te ligaria todas as manhãs, tardes e noites, a cobrar, porque você pedia. Contaria meu dia, tudo que fiz, estudei, comi, dormi e sonhei. Deixaria você me cheirar e