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Feel the pain.

Senhor, você dizia tanto ter um coração, e o que fez com o meu? Não doeu o seu um dia nessa vida? Para que você soubesse a fisgada que se sente? O aperto, o músculo se contraindo, chegando a ficar minúsculo? Não sabe como é?  Mas, Senhor, não dizia você que não sabia o que fazer, que atitude tomar, que tinha medo, e o que fez com isso? Resolveu ter coragem e expor toda a mentira que era essa história? Por que postergou, então? Não sabe mesmo como dói? Diga-me, então, Senhor, o que o levaria a dizer palavras ao vento, assim tão fortes para alguém? Não sabe você que as pessoas sentem no peito o que entra pelos seus ouvidos? Ou nunca lhe disseram coisas aleatórias que não fazem sentido? Faça uma gentileza, meu Senhor, compre um coração (será que vende?), coloque no seu peito, ame alguém, peça a ele que diga que ama você, depois, peça a esse alguém que aja de uma forma bem contrária a tudo que lhe disse. Feel the pain  (em inglês acho mais dramático). Sentiu?  Agora pergun

Como eu te amava!

Como eu te amava! Você por inteiro Teu cheiro Os espinhos da tua barba Teus poucos cabelos Tua mão Teu olhar castanho Teu tique no braço Teu abraço Como eu te amava! Teu corpo inteiro Eu deitada em você Teu sorriso no meu Minha mão nos pelos do teu braço Meus dedos enrolados no teu pescoço Meu peito preenchido com teu carinho Nosso enroscado Nosso amor Nosso cansaço Como eu te amava! Teus dias ruins Tua amargura Meu amor querendo tornar tua vida mais doce Como eu te amava! Meu amor rejeitado Nosso destino não traçado Nossa vida em separado Mas como eu te amava!

Vazio.

Eu preenchia meu tempo com palavras, com leituras, com pessoas. E o vazio só se tornava maior, impossível de ser preenchido com tudo isso. Porque o espaço é seu. A foto na parede que eu arranquei e guardei na gaveta (não joguei fora) não pode ser substituída por outra, porque o lugar era da nossa foto. Eu e meus avós, eu e meus pais, eu e meus primos. Mas não tem mais eu e você. Todas as opções de preenchimento são inúteis, impensáveis, inviáveis. Se eu, antes, era vazia, lembro quando você me disse: - você me completa, eu fui preenchida de amor, e agora ficou tudo muito pior, muito mais amplo dentro de mim, como se fossem recintos e recintos desabitados. 

Ir embora.

Deixei você, esperando que gritasse para eu voltar, que ligasse, que seguisse o meu carro. Que lembrasse que me amava. Fiquei olhando pelo retrovisor com minha visão embaçada por um rio. Procurando você voltando para mim. Mas me deixou ir sem nenhuma saudade, sem nenhum argumento. Não secou minhas lágrimas, não segurou minha mão, não confortou minha dor. Eu achei que queria mais que eu fosse do eu queria ir. Doeu mais saber que era tão fácil me deixar ir embora.

Pedaços.

Meu coração se partiu novamente em milhares de pedaços. Um sinal de que ele está vivo? Ou de que, afinal, morreu?

Amar.

Eu não sabia amar assim sem ser eu mesma. Era estranho amar assim parecia sem amor sem bem querer sem paixão. Eu não era assim eu lembrava eu queria o cheiro o sabor seu do meu lado. Eu não gostava de amar assim sem declarar sem avisar sem partilhar. Eu não podia amar assim tudo era quase como um desamar. Qual era o sentido de amar assim? se eu não sabia mais se era amar?

Refúgio.

E se eu não puder ser o seu refúgio, e você não puder ser o meu, onde a gente vai encontrar a (nossa) paz?

Plantas.

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Felicidade é uma coisa simples, é uma semente que a gente planta com as próprias mãos, pode precisar capinar o terreno, mas pode ser que dê para plantar em cima do que já existe e formar um jardim maior, com rosas velhas e novas, com ervas daninhas e margaridas. O que importa mesmo é que você que plantou, selecionou as sementes, destruiu as pragas, cavou os buraquinhos e colocou os grãos dentro deles, semeou dentro de si. Uma planta de alegria eterna, isso que é felicidade. Às vezes, murcha, cresce devagar, ou sobe pelos muros procurando espaço, louca para crescer. Mais que isso, o essencial é que sempre exista, do jeito que for, para que você sempre queira regar, cuidar, amar. E plantas de felicidade sempre gostam de viver cercadas de amor.

Mar de lágrimas.

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Chorar era uma das coisas que eu fazia de melhor. Encher meu corpo com a tristeza que jorrava dos meus olhos. Afogar-me no rio que era eu mesma. Eu perdia o ar, respirava, afundava de novo... ...num oceano tão profundo que parecia não ter fim. Depois flutuava, boiando nas ondas. A correnteza eu deixava que me levasse. E caiam gotas de chuva do meu rosto e doíam na minha pele. Mesmo enrugada, ainda sentia. Até que o sol viesse secar, mais tarde um pouco... ...ou nem viesse, e eu ficasse ali nadando no meu próprio mar.