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Mostrando postagens de outubro, 2017

Pedrinha que brilha

O vô queria porque queria me dar um anel de formatura. Com o rubi em cima. Pra minha doutora. Não precisa, vô, eu dizia desde que passei no vestibular. Eu nem vou usar. Não acho bonito. A mãe viajou pra Minas. Em Minas, a gente sabe que tem (tinha) muito ouro. Foi perto de eu me formar. Ela veio me dizer que o vô mandou comprar o anel. Sabia que eu não queria, e agora, o que ia fazer? Mandei comprar um anel barato, bonitinho, pra ele ficar feliz (e eu também). Ia servir da mesma forma, satisfazer a vontade dele e suprir a minha falta de vontade de andar com um rubi no dedo. Era lindo, a mãe acertou! Só uma florzinha talhada em ouro com uma pedrinha brilhante em cima (que não era vermelha). E foi tão barato! Minas parece que ainda tem ouro. Fingi que ainda não tinha visto quando o vô veio me dar. Dei o mesmo sorriso que quando vi a primeira vez. Achei mesmo lindo. Ele ficou contente demais. Toda vez que eu ia lá, botava o anel, pra ele ficar mais alegre. Fiz o juramento com e