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Mostrando postagens de abril, 2013

Debaixo do tapete.

Fingir é esconder perpetuamente a causa. Esconder debaixo do tapete a sujeira, porque não se quis pegar uma pá, quando seria tão mais lógico, já que continua tudo ainda muito sujo, só acumulando em outro lugar. Mas eis que é tão necessário, vez em quando, agir desses modos. A gente sabe que não se pode ir mostrando tudo de uma vez, ou mesmo aos pouquinhos, deve-se demorar. Até quando? Quem foi que disse mesmo? Ou pegar um utensílio e ficar varrendo pó para dentro dele, pois que tão mais conveniente é só esconder e pronto. Alguém viu? E se o fingimento vira a realidade, sem nem perceber? Ou se é tarde demais para parar de fingir? O que dizer quando virem todo o lixo ali junto? Ainda dá para varrer, ou agora o tapete está sujo também? E mandam lavá-lo. E não faça mais isso, moça. Tem jeito, então, só ter preguiça e não buscar a pá. Problema é aquele outro de que falei primeiro... quando não tem como reverter, e a causa ficou tão bem escondida, de propósito, que até se perdeu, sem querer

Desastre.

Às vezes, parecia que queria sumir, aliás, queria mesmo. Longe, que não descobrissem. Mas estranho. Amava aquelas pessoas de quem queria fugir, só que a situação pediu fuga. Um lugar perdido, mundo afora, milhas distante desse lugar vazio. Queria, também, fugir de si mesmo. Procurar refúgio longe de seus próprios passos. Ficava preso, rodando em círculos, fugindo da própria sombra, de quem tinha medo...Não restava nada, então. Nem os outros nem ele. Era preciso ir embora logo, descobrir esse lugar onde coubesse tamanho desastre.