Bem, Fulano, do que é mesmo que eu estava falando?

Bem, querido, eu  me imaginei falando. É, vou dizer querido, porque sempre quis falar assim, mas nunca acho oportunidades. Talvez diga só bem, Fulano, mas vai tem que soar como eu quero, bem direto e maduro, tem que ter um tom que mostre que eu sei o que estou falando, apesar de, que, apesar de novo, eu treino tudo aqui na minha cabeça e não sai nem metade desse discurso todo e sai mais da metade de bobagens que vão fluindo feito uma correnteza. Ai, se eu soubesse dizer tudo bem direitinho. Vou treinar. Decorar como um texto, como as respostas de geografia que eu decorava na  6ª série, as fórmulas de física, aquela coisa toda. Vai dar certo, dizem que, se você pedir muito uma coisa, o universo te ajuda. Mas eu não acredito. Porque já pedi muito muitas coisas e nunca fui atendida. Quem sabe um dia. Tomara que seja nesse dia. Querido Universo, ajude-me neste dia. E, vou parar de chamar todo mundo de querido, porque vai parecer falsidade. Então, vou explicar todas aquelas coisas que não se vão mesmo entender. E tentarão me convencer. E talvez me convençam. Mas não é para isso que destino meu esforço. Mas porque sempre me desvio do que busco fazer. Ou quase sempre. É, quase. De vez em quando, consigo fazer uma coisa certa. Aí vou me perguntar porque não fiz o que era para fazer. Indagar-me-ei, culpar-me-ei, por diversas e escuras noites. Até que vou esquecer e ocupar minha cabeça com outros rumos errados ou certos. E, assim, essa conversa será inútil. Pode ser que nem exista. Mais provável é que isto aconteça, que eu nem chegue a falar. Só direi o habitual. É, tá tudo muito normal. Pois tchau.

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