Redomas.

Foi construindo redomas ao seu redor.
Que se quebravam com o toque certo,
que iam trincando a cada palavra dita.
Os pedacinhos iam caindo no chão,
tudo em vão.
Construiu tudo de novo,
quebrou tudo de novo.
Até o dia em que se acostumasse a viver assim
encarando esse mundo de frente,
sem precisar de falsa proteção,
de falho escudo.
Até o dia em que tantas redomas foram quebradas,
que ela, enfim, achou que de nada adiantavam,
eram destruídas sempre.
Até que admitiu
que aquelas redomas podiam ser sempre diferentes,
mas que se trincavam pelo mesmo motivo.
E não tinha capacidade de construir motivos,
muito menos de modificá-los.

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