Flor.

Oh, querida, se tu fores viver de se culpar e de lamentar o que poderia ter acontecido, mas não aconteceu, vais, pensando que vida só seria aquela com a qual sonhara, acabar não vivendo. Então, minha flor, pare de se culpar e de querer achar motivos para as coisas que te acontecem. Abra-se para as abelhas, vire-se para o sol e exale todo o perfume que há em ti. Não fiques assim murcha porque não te regaram, mas tira força da terra em que tu vives e resplandeça sozinha, pois existem esses outros meios de se viver e tu, que achas que só há um e só quer este tão sonhado, vai, um dia, notar que a vida te dará outros tão melhores e vais rir do quanto te enganou e do quanto achou que não voltarias a ser colorida, mas é neste dia que tu mais estarás cheia de vida e que tu mais encantarás aos outros, que mais vão querer colocar água em ti e, mesmo que assim não seja, haverá sempre a chuva para te molhar e te fazer nova e cheia de esperança, essa que é verde tal qual tuas lindas folhas. Assim sendo, meu bem, deixe de se recolher aí nesse cantinho e vá para o meio do jardim, onde o sol te ilumine bem, onde te vejam como tu deves ser vista.

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